Escolas do ensino secundário, profissional e superior

Artigo/reportagem

Palavras-chave: alterações climáticas

Energia Fóssil e CO2
Escola EB 2,3/S Pintor José de Brito (VIANA DO CASTELO)

Abordamos a subida do nível médio da água do mar resultante do aquecimento global e do degelo, e a forma como esta afetará o Distrito de Viana do Castelo. Desta maneira, e durante alguns meses, tentamos encontrar dados, que de certa forma pudessem esclarecer os fatores que provocam este problema atual, mas também as suas consequências, pensando ainda em algumas medidas possíveis de solucionar ou abrandar esta situação.

 
A subida do nível médio das águas do mar é consequência de um fenómeno muito discutido atualmente - o aquecimento global. Como todos sabemos, o aquecimento global antrópico, resulta da acumulação de radiação infravermelha na nossa atmosfera devido a gases com efeito de estufa, como o CO2. Este gás é proveniente da queima de combustíveis fósseis, fonte primeira da nossa energia. Vemo-nos assim, (Humanidade) numa encruzilhada: continuamos a gastar energia e petróleo, um recurso não renovável que importa preservar, poluindo o ambiente e causando a maior catástrofe ecológica de todos os tempos, a que até nós poderemos não sobreviver
ou fazemos uma gestão sustentável dos nossos recursos energéticos, recorrendo por exemplo às energias
renováveis não poluentes, evitando assim uma catástrofe anunciada e garantindo um planeta para as gerações
vindouras. A escolha parece ser simples, mas pelos vistos não é. A nossa indignação, que todos deveriam partilhar, é que apesar de se conhecer toda a ciência relativa a este processo e de termos já toda a tecnologia necessária para remediar o problema, nada se faz. Em vez disso, tenta-se descredibilizar quem avisa, e procrastinar as verdadeiras
mudanças de que tanto necessitamos. E tudo isto porquê?
 
Para proteger interesses económicos de alguns privilegiados, num mundo quase falido? Acreditamos que o tempo
para expedientes conciliatórios e meias medidas terminou. Entramos já numa fase de consequências.
 
Assim é de sobremaneira importante alertar. Alertar tudo e todos. O nosso objetivo é assustar os leitores.
 
Deveríamos todos estar assustados com o que aí vem. Por isso o enfoque deste trabalho é a subida do nível médio
da água do mar, porque dos aspetos decorrentes do aquecimento global, este é aquele que todos poderão compreender melhor. Esta subida é causada pela expansão térmica da água dos oceanos (com o aumento da temperatura, as moléculas de água afastam-se, tendo como consequência o aumento do volume de água), e o degelo das calotes polares e das camadas de gelo sobre as montanhas. Este processo é lento mas inexorável.
 
Para todos os efeitos, e no que concerne à nossa cidade, o efeito da subida do nível médio das águas do mar já se faz sentir durante as marés vivas. Zonas como a marina e a zona do jardim e parque da cidade correm já risco de inundação.
Prever as cotas a que a água do mar poderá ascender é um processo deveras complexo, mas estudos recentes dos mais conceituados especialistas dão uma estimativa desses valores.
 
 
Para melhor ilustrar o impacto destes valores na nossa cidade, fizemos um registo de cotas (altitude) num mapa da cidade, por medição no local com um GPS e com o auxílio do Google Earth. Depois produzimos as imagens que se apresentam. Viana ficará submersa.Literalmente. Assim como outras cidades costeiras espalhadas pelo mundo. Tentemos imaginar o impacto de vários milhões de refugiados ambientais. Outra das consequências será a salinização dos lençóis freáticos, diminuindo a quantidade de água doce, que por sua vez já é escassa. Também a agricultura será afetada, uma vez que os terrenos mais férteis e produtivos se encontram ao nível da água do mar. Mesmo que possamos mover os nossos campos para níveis mais altos, a quantidade de alimento não mais será a mesma. O relevo não permite grandes áreas decultivo, por outro lado, o clima e a disponibilidade de água em altitude são contrários à maioria das espécies cultivadas.
 
Relativamente ao nosso município, questionámo-nos acerca da segurança e sustentabilidade a médio prazo de grandes obras realizadas durante o programa Polis, como por exemplo, os parques de estacionamento subterrâneos da Avenida dos Combatentes (com problemas

de infiltração) e do Campo da Agonia (cujo piso mais profundo se encontra alagado), bem como do complexo da Praça da Liberdade (Biblioteca, Serviços Municipais, Coliseu). Todas estas obras estão a cotas mínimas (1 /2 m) e a paredes meias com a foz do Lima.

São necessárias medidas que possam prevenir este problema, como por exemplo, diminuirmos as
emissões de dióxido de carbono para a atmosfera. Este objectivo é alcançável, se todos reduzirmos o consumo de
energias fósseis e apostássemos um pouco mais nas energias renováveis. Utilizar transportes públicos, lâmpadas de poupança, electrodomésticos de classe A+ (ou melhores), e calafetar correctamente as nossas casas, são medidas de simples implementação e fácil cumprimento
sem necessidade de grandes alterações, no nosso estilo de vida e rotinas. Os três Rs são de sobremaneira importantes, mas ao Reduzir, ao Reciclar e ao Reutilizar, gostaríamos de acrescentar um quarto – Reeducar.
 
É também importante, que estejamos preparados para consequências menos positivas que possam advir do aumento do nível médio das águas do mar, dando mais importância à construção das infraestruturas, nomeadamente, se o local onde as mesmas serão construídas é propício ao seu empreendimento. Isto pode ser conseguido, se aquando da reelaboração do Plano Diretor Municipal atendermos a estas questões.
 
 
É importante conhecermos estas medidas, mas acima de tudo saber aplicá-las. Nós, adultos de amanhã, estamos prontos, informados e a aguardar. Cabe aos adultos de hoje iniciar a mudança.