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Artigo/reportagem

Palavras-chave: energia das ondas

A energia da “Capital da Onda”
Escola Profi. Agrícola Fernando Barros Leal (TORRES VEDRAS)

 

A energia da "Capital da Onda"

O concelho de Peniche pode ficar conhecido como a capital da onda não só para o surf mas, também para a produção de energia.

O projeto "SURGE" pretende captar a energia das ondas, sendo pioneiro a nível nacional e mesmo europeu.

Este projeto teve início em 2007, pela empresa finlandesa AW Energy. A ideia reproduz-se em Peniche tendo como objetivo desenvolver uma tecnologia capaz de captar a energia das ondas.

A energia das ondas irá ser captada por um equipamento denominado "Wave Roller" que, transformará as oscilações das pás instaladas na plataforma metálica em energia elétrica.

Esta tecnologia tem sido desenvolvida por várias entidades portuguesas, incluindo a Escola Superior de Tecnologia do Mar e construída no Estaleiro Naval (sitos em Peniche).

Portugal é um dos países com ótimas condições para o desenvolvimento e exploração deste recurso. Possui o recurso ao longo da sua costa, infraestruturas bem desenvolvidas perto de locais com elevado potencial (estaleiros navais, zonas portuárias, etc.) e excelentes conhecimentos científicos e tecnológicos (Centro de Energia das Ondas). Ao longo da costa portuguesa os locais com mais potencial para a obtenção desta energia é a zona costeira desde Peniche até Póvoa de Varzim. No entanto, com o projeto "SURGE", criou-se uma "zona piloto" localizada perto São Pedro de Moel. Neste local realizam-se várias experiências com protótipos deste tipo de equipamentos.

Estima-se que o "Wave Roller" possa produzir cerca de 4GWatt, podendo contribuir para a autossustentabilidade de Portugal a nível energético. É um projeto dispendioso, que implicou um investimento de aproximadamente 3 milhões de euros, 2 milhões fornecidos pela União Europeia e 1 milhão fornecido pelos parceiros envolvidos (empresas e institutos Portugueses, Belgas, Finlandeses, Alemães).

O equipamento será colocado na praia da Almagreira perto da costa, a ocupar uma área de 400 m

2 e submerso entre 20 a 30 metros de profundidade. Depois de ser captada, a energia é transportada para terra por cabos elétricos até ao posto de controlo e será introduzida na Rede Elétrica Nacional (REN).

Tendo em conta que o equipamento vai ser instalado em água salgada os materiais utilizados tentam evitar a corrosão.

A implementação deste equipamento não irá causar impactos visuais, visto que vai ficar submerso, assim como também não afetará a navegação, já que a zona será sinalizada. Pode ainda "criar um recife artificial e aumentar a biodiversidade existente", segundo o professor Sérgio Leandro da Escola Superior de Tecnologias do Mar (Peniche).

Relativamente a aspetos menos positivos, poderá afetar a taxa de sedimentos acumulados no fundo marinho, bem como, a comunidade de macrofauna bentónica e mamíferos marinhos (estes últimos afetados pelo som causado pelo movimento das pás).

O impacte ambiental espera-se reduzido, "preocupação demonstrada em todas as etapas do projeto", segundo Sérgio Leandro.

O equipamento vai ser colocado no final de Junho e testado durante um ano. Caso os resultados sejam positivos dar-se-á a implementação de vários equipamentos, ocupando uma área maior, para melhor aproveitamento da energia das ondas.

Sem dúvida, um projeto inovador que poderá ser benéfico a nível ambiental e económico.

Turma do 2º Ano do Curso Técnico de Turismo Ambiental e Rural