Artigo/reportagem

A (In)eficiência energética na nossa escola
EBI de Santa Maria (BEJA)

No dia 5 de Março, na escola EBI Santa Maria decorreu um Workshop sobre Eficiência Energética para os alunos do 9.º ano, com o propósito de os sensibilizar para estas matérias. Este Workshop foi realizado no âmbito do concurso Escolas Sustentáveis – Energia e decidimos associar a nossa participação no concurso Eco-repórter, fazendo uma entrevista a uma das apresentadoras.

Workshop na escola - ARECBA

Este Workshop foi apresentado por Helena Guerra, da DECO, e por Susana Ramalho, da ARECBA, Agência Regional de Energia do Centro e do Baixo Alentejo, que analisaram alguns problemas energéticos da escola e propuseram algumas soluções.

Decidimos colocar algumas questões à representante da ARECBA, Susana Ramalho, sobre a missão desta agência e problemas energéticos das escolas.

A ARECBA tenta resolver estes problemas relacionados com a ineficiência energética e promove a redução dos gastos através da gestão económica desta. Que estratégias são utilizadas para resolver estes problemas e sensibilizar as pessoas e a que grupos se dirigem?
Ao longo dos 15 anos de existência da ARECBA, esta tem sido uma das suas áreas de intervenção, no entanto temos consciência que é a mais difícil de implementar, já que se trata de mudar mentalidades.
As estratégias utilizadas, se assim lhe podemos chamar, têm passado por chegar junto das pessoas sem colocar em causa os seus comportamentos, ou seja, chegar a espaços onde seja possível falar com as pessoas diretamente, como em entrevistas personalizadas de rua, quando trocamos lâmpadas ou nos locais de consumo como sejam os supermercados ou pequenos espaços comerciais, através de informação escrita ou falada nos órgãos de comunicação social.

É fácil sensibilizar a população, e estão as pessoas receptivas?
Não, não é fácil. Há uma grande resistência à mudança, própria do ser humano. Neste caso da energia, há um fator facilitador para a mudança que é a questão económica. Com pequenos gestos podemos reduzir custos e encargos e a esta questão as pessoas são sensíveis e acabam lentamente por ir alterando os seus hábitos de consumo.

A agência tem tido sucesso na sua missão?
Esta é a questão mais difícil, porque não é fácil avaliar os resultados, ou seja, estas mudanças têm lugar numa esfera privada da vida da população por isso é difícil quantificar. Existem estudos realizados recentemente que indicam de facto uma alteração de comportamentos, pelo que temos esperança no futuro.

Na sua opinião, quais são os principais problemas de eficiência energética nas escolas (tomando a nossa como exemplo)?
Por um lado existem problemas estruturais associados aos projetos das próprias escolas que, quer pela antiguidade dos edifícios quer por mero desrespeito das regras mais básicas e elementares de eficiência energética, não têm sido tidas em conta, o que implica na grande maioria dos equipamentos escolares, agravando-se a situação nos novos equipamentos, a um aumento de encargos com climatização (aquecimento e arrefecimento).

Sala de aula com iluminação ligada, de dia

Por outro lado, coloca-se a questão dos utilizadores, que apesar de todos os esforços de sensibilização que têm sido levados a cabo nos últimos anos associados às crescentes dificuldades económicas e financeiras, continuam, ou por desconhecimento (muito duvidoso) ou por desleixo, a não praticar uma série de regras básicas, que poderiam reduzir substancialmente os encargos financeiros das escolas com energia.

Ilustramos estas respostas com algumas imagens que demonstram a ineficiência energética na nossa escola.

Verifica-se, por exemplo, que várias luzes artificiais estão acesas mesmo quando existe luz natural ou que vários aparelhos ficam em standby por longos períodos de tempos.

Sala de aula com iluminação ligada, de dia

Computador de uma sala de aula, com monitor em standby

 

Escola EBI Santa Maria Beja
Professora Sandra Mendes
André Raposo, nº2
Luís Rosa nº15
9º ano, Turma A