Artigo/reportagem

Microgeração – Uma Aposta no Futuro
EB 2,3 Fernando Caldeira (ÁGUEDA)

A microgeração é a produção de energia pelo próprio consumidor, particular ou empresa, em pequena escala, para vender diretamente à rede, utilizando equipamentos de pequena escala que utilizam as fontes renováveis (solar, eólica, hídrica, biomassa, entre outras).

Hoje, há consumidores que optam pela microgeração, através da instalação de painéis fotovoltaicos em habitações, aproveitando a energia solar e obtendo assim, a energia elétrica que é incorporada diretamente na rede.

Os Jovens Repórteres tiveram conhecimento da pretensão da Câmara Municipal de Águeda de instalar 9 unidades de microgeração (solar fotovoltaico) em edifícios municipais, no âmbito do Plano de Ação para a Energia Sustentável – utilização de energias renováveis e saluta-os por tal iniciativa.

Um destes edifícios é a Escola E.B 1 de Águeda que possui painéis fotovoltaicos e que, em Janeiro do ano passado foram produzidos 294KWh de energia, que se traduzem num ganho de emissões de 138,18 Kg CO2e.

Portugal é dos países da Europa com radiação solar média mais elevada, atingindo cerca de 1800 KWh/m2/ano e cada kW de potência solar fotovoltaica instalada gera aproximadamente 1.400 kWh de energia eléctrica por ano.

As condições e requisitos da microgeração em Portugal estão definidos no Decreto-Lei 363/2007 de 2 de Novembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei 118-A/2010.

Atualmente, como os custos associados à instalação dos painéis solares são muito elevados, há alguma relutância na sua utilização, mas a longo prazo acredita-se na sua rentabilidade e eficiência.

Os Jovens Repórteres quiseram inteirar-se melhor deste assunto e decidiram entrevistar a professora Alexandra Castro, que tem vindo a usufruir desta tecnologia.

P: Qual o equipamento que utiliza na microgeração?
R: Dezoito painéis solares fotovoltaicos que convertem a energia solar em energia elétrica.

P: Há quantos anos usufrui deste tipo de produção de energia?
R: Há dois anos.

P: Porque decidiu apostar na microgeração?
R: Em primeiro lugar, porque a nossa casa está implantada num terreno com uma boa exposição solar e, em segundo, porque resolvemos apostar na produção de energia limpa, pois há que preservar o meio ambiente!

P: Quais os benefícios que tem vindo a encontrar na microgeração?
R: Essencialmente a produção de energia elétrica, sem emissão de gases poluentes, nomeadamente o dióxido de carbono, para o meio ambiente.

P: Qual dos componentes teve mais peso na escolha da microgeração: económicos ou ambientais? Porquê?
R: O fator económico foi o que teve mais peso, pois qualquer investidor pensa sempre no retorno do seu investimento tendo em conta que não usufrui de qualquer incentivo para a aquisição desse equipamento.

 

P: Qual o período de retorno do investimento?
R: De acordo com o rendimento anual obtido, penso que ao fim de 5 anos o investimento esteja pago.

P: Aconselha a microgeração aos cidadãos que ainda têm dúvidas sobre este sistema?
R: Aconselho, pois é uma forma de obter energia elétrica sem poluirmos o ambiente e o investimento é pago em poucos anos. Depois de pago, ainda é possível, durante muitos anos, gerar uma receita mensal e isento de impostos. Também acredito que no futuro, haverá incentivos para aquisição deste tipo de equipamento.
No entanto há a considerar que é um investimento que apresenta alguns riscos, nomeadamente a vulnerabilidade do equipamento a fenómenos naturais como trovoadas, ventos fortes, incêndios, entre outros.

Cada vez mais existe a necessidade de utilizarmos as energias renováveis em detrimento dos combustíveis fósseis, para obtenção de energia elétrica. Não só porque, estes são cada vez mais escassos, mas também estão a tornar-se economicamente incomportáveis.

 

A microgeração é uma forma de usarmos as energias renováveis e diminuir-mos cada vez mais a emissão de gases poluentes para a atmosfera.

Todos nós temos um compromisso com a natureza – preservá-la! … pois é nossa MÃE.