Escolas do 2º e 3º Ciclo do Ensino Básico

Artigo/reportagem

Palavras-chave: biomassa

Biodigestor
Escola EB 2,3 de Mundão (VISEU)

O NOSSO BIODIGESTOR

Um aquecedor de água ecológico

 

No âmbito do tema A Energia, explorado nas aulas de Educação Visual e Tecnológica, surgiu a ideia de construirmos um aquecedor de água, através da decomposição de restos orgânicos. A fonte de aquecimento do nosso biodigestor restringiu-se, por conseguinte, a recursos naturais, nomeadamente aparas de relva fresca e elementos secos, como ramos e cascas de árvores.

Hoje em dia, ouve-se falar muito na palavra “crise”: na televisão, na rádio, na rua, em nossa casa e até… na escola! Então, quando nas aulas de Formação Cívica abordámos o tema “Erradicar a pobreza extrema e a fome” (1º objetivo do milénio), o nosso diretor de turma sugeriu-nos que, em Educação Visual e Tecnológica, uma vez que estávamos a abordar o tema A Energia, pudéssemos contribuir para minimizar as despesas que as famílias têm com os gastos energéticos. Foi desta forma que surgiu a ideia de construirmos um aquecedor de água, através da decomposição dos restos orgânicos (biodigestor).

Em primeiro lugar, fomos pesquisar na internet o processo de fabrico de um biodigestor. Contudo, os resultados dessa pesquisa foram infrutíferos, porque só encontrámos informação sobre aquecedores de água a gás. Não era isso que queríamos. Nós queríamos mesmo um biodigestor, isto é, como o próprio nome indica, pretendíamos um aquecedor de água feito com o auxílio de recursos naturais.

Seguidamente, pusemo-nos a trocar impressões sobre a melhor maneira de fabricarmos um biodigestor caseiro, apoiando-nos noutros modelos já existentes. Acordámos, então, que a fonte de aquecimento do nosso biodigestor seria matéria orgânica, mais concretamente aparas de relva fresca. Prestámos, assim, um serviço muito útil ao “jardineiro” da nossa escola, o Sr. Aurélio, que se viu livre desses restos indesejáveis! E nós, por conseguinte, atingimos o nosso objetivo: usar recursos naturais!

Recolhidas essas aparas de relva, colocámos num bidão de tamanho médio, que ficou devidamente tapado; fizemos, no entanto, um furo na tampa e inserimos um tubo de cobre, para que houvesse circulação de oxigénio dentro da vasilha. Deste modo, os micro-organismos presentes nas aparas de relva respiram, possibilitando a decomposição. Há a ressalvar um pormenor extremamente importante: a existência de uma serpentina de cobre dentro do bidão! Por onde circulará a água. E que serpentina é essa? Trata-se de uma certa extensão de cobre enrolada em espiral, e que colocámos no interior do bidão. Tivemos o cuidado de a proteger dos lados, para que não se encostasse às paredes do bidão e, assim, a água que circula dentro dela mantém-se sempre quente.

Entretanto, descobrimos que o nosso biodigestor não estava a ser tão eficaz como gostaríamos, ou seja, a serpentina não aquecia a água na totalidade e o processo estava a ser moroso.

Voltámos, então, a fazer umas pesquisas, a fim de descobrirmos a causa do problema. E verificámos que as aparas de relva estavam húmidas por cima e a decomposição da mesma não estava a correr da melhor maneira. O ar não circulava devidamente, pois estava muito compacta. Por isso, substituímos a nossa “ fonte de calor” por camadas com elementos secos (agulhas de pinheiro, folhas secas, ramos, casca de árvores), elementos verdes (restos de frutas, borras de café e saquetas de chá do bar da nossa escola, restos vegetais e aparas de relva) e um pouco de terra. Fizemos uns furos no fundo do bidão, para haver uma melhor oxigenação da matéria orgânica existente no biodigestor.

Por fim, “regámos” todas as camadas com água, para que os produtos “fermentassem” bem.

Neste momento, o nosso biodigestor já está quente; falta, apenas, ligá-lo à rede de água. Esperamos que venha a ser um sucesso! Pelo menos, bonito, ele está… assim como a mascote que realizámos para ele!

A matéria orgânica decomposta vai servir para fertilizar o jardim da escola.

Conseguimos, desta forma, contribuir um pouco para a preservação do meio ambiente, tendo, como finalidade última, a proteção do nosso belo lar, a TERRA!

Texto realizado nas aulas de Estudo Acompanhado pelos alunos do 5º B