Em meados de março deste ano, um colega chegou à escola a dizer que ouviu que as cinzas da central de biomassa estavam a contaminar os solos de Carregosa. “Afinal a central não é só para aproveitar os restos da floresta?”
Informação obtida em: http://www.celpa.pt/images/pdf/art213_brochura_centrais.pdf
Perante esta dúvida resolvemos investigar. O que encontramos na internet? (Figura 1) 1 Na mesma aconselha a recorrer à utilização de energia produzida pela central de biomassa em detrimento da energia fóssil.
Sobre as cinzas, ficamos a saber da impossibilidade da reutilização das cinzas, pelo menos, a fertilização dos solos.
Resolvemos questionar as entidades mais competentes para recolhermos mais informações.
Fomos questionar o Presidente da Junta da nossa freguesia, Sr. Diamantino Melo:
Alunos: Considera, globalmente, positivo ou negativo o impacto da central de biomassa na sua freguesia?
Presidente da Junta: No momento parece-me mais negativo que positivo, embora continue a acreditar que se forem implementadas as funções e processos que inicialmente se propunham realizar, acredito mesmo que será positivo.
Alunos: que aspectos considera mais positivos? e mais negativos?
Presidente da Junta: Aspetos positivos nenhuns. Negativos o ruído e as cinzas.
Alunos: Relativamente aos resíduos da central, especificamente as cinzas produzidas pela central de biomassa, já recebeu queixas da população? Se sim, que tipo de queixas?
Presidente da Junta: Recebi sim, principalmente pela poluição que as cinzas provocam quer à infiltração nos lençóis freáticos quer às poeiras que colocam na atmosfera.
Ora o que iniciou como um projeto ótimo poderá transformar-se num monstro?
Surgiram-nos as seguintes questões: Que tipos de resíduos produzem? Que destino dão aos resíduos? Onde e como são armazenados? Que efeitos têm sobre as populações e sobre os ecossistemas? Fomos coloca-las diretamente aos responsáveis da central.
O Eng. Miguel Figueiredo respondeu: As cinzas estão muito longe de ser um “grave problema ecológico”. As cinzas são uma mais valia para as empresas de compostagem pois são um ótimo produto para incorporar nos adubos. E é exatamente esse o destino que damos às nossas cinzas.
Temos semanalmente uma empresa perfeitamente licenciada e creditada que nos faz o levantamento deste subproduto.
Empresa essa que após analisar as características deste nosso subproduto, concluiu que a sua incorporação na produção de adubos agrícolas, iria melhorar consideravelmente as suas características. Adubos esses que estão a ser usados neste momento nos campos agrícolas, aqui, no distrito de Aveiro.
Nem podia ser de outra maneira, a biomassa é nutriente, é ecológico e é renovável. A simples queima deste produto muito dificilmente originaria um subproduto não amigo do ambiente. É portanto perfeitamente ecológico.
A utilização de cinzas de biomassa nos solos é também prática corrente nalguns países como a Suécia, a Finlândia, a Áustria e a Dinamarca. São alguns exemplos de países que criaram legislação própria para a reciclagem de cinzas de biomassa nos solos. Mas as potencialidades das cinzas são vastas. Há a possibilidade de incorporar estas cinzas em caminhos florestais, incorporar cinzas na produção de cimento…etc.
Espero ter ajudado a desmistificar estes receios.
E agora? Ficamos totalmente satisfeitos? Bela ou monstro? Ainda não temos a resposta, teremos que continuar a indagar, mas por agora, não temos mais tempo. Nossa próxima missão será procurar mais fundo, e conhecer mais.
Webgrafia:
http://www.celpa.pt/images/pdf/art213_brochura_centrais.pdf
http://horabsurda.org/wp-content/plugins/downloads-manager/upload/Biomassa.pdf
Escola E. B. de Carregosa
Alunos:
André Correia, 8ºA
Catarina Pinheiro, 8º B
Marta Almeida; 8º C
Júlio Miguel; 9ºC
Rafael Dias 8º C
Colaboração de Tânia Gomes, 9ºC