Artigo/reportagem

Portugal mais verde e com mais energia
Colégio Campo de Flores (ALMADA)

Eco-repórter - De uma forma simplificada, podia explicar-nos como se produz a energia fotovoltaica?

Dra. Isabel Ferreira - A luz são fotões, são partículas que transportam a luz. Esses fotões incidem no material (células fotovoltaicas), que os converte em eletrões. A corrente elétrica deriva do movimento dos eletrões. Assim, a célula fotovoltaica transforma a luz numa corrente elétrica.

E. - Como funcionam os métodos direto e indireto da captura de energia solar?

Dra. I. F. - O método direto existe quando a luz incide diretamente no painel fotovoltaico; o indireto é quando, por exemplo, os raios, ao atravessar uma nuvem, dispersam para várias direções e apenas os que chegam à célula são convertidos.

E. - Quais as vantagens e as desvantagens da energia fotovoltaica?

Dra. I. F. - As duas principais vantagens são ser portátil e não poluente. As principais desvantagens são só produzir energia quando há sol (apesar de se poder armazenar numa bateria) e ser ainda pouco atrativa economicamente, pois o seu rendimento é relativamente baixo: apenas 20% da energia que incide é transformada.

E. – Como é que pretende que esta energia seja mais conhecida?

Dra. I. F. – Atualmente, já não me preocupo muito com essa questão, pois já vai sendo conhecida, até pelos mais pequenos como vocês. Preocupa-me o desenvolvimento de algo que seja economicamente mais viável.

E. – Quais são as habilitações necessárias para trabalhar na área da energia fotovoltaica e porque decidiu especializar-se nesta área?

Dra. I. F. – Para a montagem de sistemas fotovoltaicos, qualquer curso técnico da área da eletrónica serve. A nível de desenvolvimento e investigação, terão de ter uma formação superior. Eu decidi especializar-me nesta área, porque o sol é a nossa principal fonte de energia. Há outras conversões de energia, mas, ao contrário da fotovoltaica, que transforma diretamente o sol em eletrões, são indiretas. Penso que é aquela que pode ser, no futuro, a solução, ou uma das soluções, se conseguirmos aumentar a eficiência e desenvolver materiais melhores.

E. – Acha que, com esta energia, Portugal se pode tornar um país mais verde?

Dra. I. F. – No que toca às energias renováveis não há UMA solução. A energia eólica só produz quando há vento; a fotovoltaica quando há sol; a da biomassa quando há detritos, portanto separadamente nenhuma será a solução, pois todas têm limitações. Mas, todas juntas, sim: o futuro poderá ficar mais verde.

Com esta entrevista, ficámos a conhecer melhor a utilização da energia fotovoltaica como energia alternativa, bem como a forma de poupar as reservas energéticas naturais não-renováveis do nosso planeta.

Resta-nos agradecer à Dra. Isabel Ferreira a sua disponibilidade em se deslocar até ao nosso colégio e a sua simpatia e paciência, ao falar com os repórteres do 6º ano, sobre um assunto tão importante e atual

Resta-nos ainda esperar uma atitude mais ativa da sociedade, para que, todos juntos, consigamos um futuro mais verde … e um Portugal com mais energia.